Tempero liberado
Um dos grandes filões do mercado cosmético é o lançamento de produtos classificados como “sem sal” e indicados especialmente para cabelos escovados. Trata-se apenas de uma grande jogada de marketing segundo Emiro Khury, diretor técnico da Associação Brasileira de Cosmetologia. Segundo o especialista, não existe qualquer comprovação científica para a influência negativa nos cabelos do sal, usado como espessante no xampu. Este mito surgiu com a esfoliação que o sal do mar causa nos cabelos, causando o aspecto de ressecamento. “A concentração de sal nos produtos cosméticos é infinitamente menor que no oceano e é incapaz de danificar os fios”, garante.
Use com parcimônia
Ninguém aqui vai defender a falta de higiene pessoal, mas é bom explicar que excesso de uso de xampu também não é um bom hábito. “Dependendo do cabelo, o uso diário de xampu pode ser prejudicial”, diz a dermatologista Renata Sittler. A limpeza exagerada pode acentuar problemas, deixando cabelos secos ainda mais ressecados ou estimulando o efeito rebote e a produção de sebo nos oleosos. Emiro Khoury aconselha a observar qual é o tempo máximo que o cabelo pode ficar sem xampu e seguir esta periodicidade como padrão. O ideal é lavar os fios no máximo três vezes por semana.
Virou rotina
Depois de algumas semanas seu xampu não faz o mesmo efeito? Não é impressão sua. Como são um produto de uso contínuo, os xampus são compostos de agentes de limpezas e outros de proteção que evitam possíveis danos causados pelo processo adstringente, explica Emiro Khoury. Os ativos protetores formam uma película em torno dos fios que se acumula com o número de lavagens. Depois de um tempo, o próprio xampu deixa de romper esta barreira formada por ele mesmo e há uma mudança visível nos resultados. A melhor solução é alternar o seu produto preferido com um de outra marca por alguns dias.
Sem rastros
Se sua bancada é uma ótima vitrine de produtos para cabelo, é hora de adquirir um novo item: o xampu anti-resíduo. Condicionadores, leave-ins, mousses, reparadores, ceras, e até outros xampus deixam vestigios que permanecem nos fios mesmo após as lavagens. O acúmulo de substâncias deixa as madeixas com o aspecto pesado e sem brilho. O anti-resíduo, como o próprio nome diz, retira todos os excessos. “Como ele tem propriedades de limpeza bastante acentuadas, é recomendável usá-lo apenas uma vez por semana, ou até a cada 15 dias”, aconselha a dermatologista Renata Sittler.
Química perfeita
É comum observar em salões de beleza profissionais que diluem o xampu com água antes de aplicá-lo nas clientes. “O único benefício desta prática é do salão, porque o produto vai render mais”, garante Khoury. “O xampu é fabricado na proporção e concentração ideal e não precisa ser diluído”, diz. Todo produto cosmético, inclusive os de limpeza, têm elementos químicos que pode interagir com outros elementos presentes na água da torneira, como o cloro. Esta mistura pode alterar a fórmula e prejudicar os efeitos esperados.
Banho de espuma
Ela é usada como parâmetro de eficiência, mas a espuma não é capaz de indicar se o o xampu é bom ou ruim. Segundo Khoury, seu papel é apenas sensorial. A espuma é capaz de transmitir ao consumidor impressões sobre produto através da sensibilização do tato. Bolhas pequenas e resistentes criam a impressão de xampu cremoso e denso, tão desejada por quem tem cabelos secos. Os donos de fios oleosos, pelo contrário, vão procurar por produtos com bolhas grandes e frágeis, que demonstram uma fórmula leve e fácil de retirar. Além disso, a espuma serve para certificar que o enxágue foi bem feito, já que nós apenas tiramos a cabeça do chuveiro quando não a sentimos mais com a ponta dos dedos.
Par perfeito
Esqueça aquela história de comprar um xampu para a família toda. A escolha é bastante individual, pois cada pessoa precisa de resultados diferentes. “Leve em consideração o couro cabeludo e fio como um todo. Observe se o cabelo é seco, oleoso ou misto, se tem caspas, se é tingido, se sofreu processo químico. Identificada a necessidade, é possível se orientar pelos rótulos dos produtos disponíveis”, ensina Renata Sittler.
Não se esqueça também que um bom enxágue é indispensável para cabelos saudáveis. Xampus não são feitos para permanecerem nos fios.
Para ajudar quem ainda está indeciso, o hairstylist Guilherme Cassolari, elaborou uma lista de dicas de como reconhecer os xampus indicados para oito tipos de cabelo.
Cabelos secos
Procure aqueles xampus que não são transparentes e sim cremosos, pois eles são menos adstringentes. Promessas de mais força e reconstrução dos fios também são boas apostas.
Fios oleosos
O produto ideal deve ser bastante detergente para limpar, mas sua fórmula deve ser leve para que possa ser usada com bastante frequência. Fique de olho em produtos transparentes.
Cabelos tingidos
Xampus que alardeiam limpeza profunda devem ser evitados, pois colaboram para o desgaste da cor.
Cabelos danificados por química
As linhas ideais para quem usa processos químicos continuamente são aquelas que se propõe a recompor a estrutura capilar. Não deixe de combinar com o xampu, outros itens de tratamento.
Cabelos cacheados
A textura deve ser densa e o rótulo deve mencionar ativos hidratantes, indispensáveis para modelar os cachos e manter o frizz bem longe.
Fios lisos ou alisados
Cabelos alisados precisam de propriedades hidratantes e que selem as cutículas, mas a fórmula deve ser leve. No caso de uso de chapinhas, procure produtos que revertam os danos causados pelas altas temperaturas.
Cabelos Volumosos
Fórmulas concentradas são boas escolhas pois costumam ter mais propriedades hidratantes, necessárias para deixar o cabelo macio e com frizz controlado
Cabelos Finos
Observe se a fórmula é leve e pouco concentrada para não deixar as madeixas pesadas, mesmo assim, não aplique muito. O rótulo deve prometer volume.
Fonte estilo.uol.com.br-MANUELA BIZ